Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável

Ficha do Projeto

O Projeto
O projeto foi desenvolvido para a Operação de Fitoterapia localizada na Fazenda Monte Alegre, Telêmaco Borba, Paraná, onde a empresa ocupa uma área total de 223 mil h sendo o maior complexo industrial e florestal integrado da América Latina. A área produtiva, constituída pelas florestas plantadas de Pinus spp., Eucalyptus spp. e Araucaria angustifolia, totaliza 123 mil hectares e está perfeitamente integrada às áreas de mata nativa, formando um extenso "Mosaico Ambiental". Em seus mais de 85 mil h de florestas nativas foi instalado o Projeto Monte Alegre buscando associar a conservação com o uso sustentável da biodiversidade através da fabricação de produtos fitoterápicos.

A Operação de Fitoterapia funciona desde 1984, produzindo, aplicando e comercializando plantas de uso medicinal e cosmético. Aproveitando espécies da flora nativa, o programa desenvolveu uma terapêutica mais econômica e com menores efeitos colaterais para funcionários e populações dos municípios de abrangência da fazenda.

Proposta
A parceria com a FBDS e o Fundo Nacional para a Biodiversidade (Funbio) visa aumentar a capacidade produtiva e de mercado, transformando a Operação de Fitoterapia em uma empresa rentável e independente, controlada pelas Indústrias Klabin S.A.

O Projeto Monte Alegre pretende ser um modelo no que diz respeito às recomendações da Convenção sobre a Diversidade Biológica. Para isso, está comprometido em criar procedimentos corretos relativos à prospecção de biodiversidade, através de um plano estratégico que garante a plena conservação deste traço de Mata Atlântica, contribuindo para a definição de políticas públicas sobre o acesso a recursos genéticos e a equitativa repartição de benefícios com as comunidades locais. O projeto conta ainda com a assistência técnica da FarManguinhos, avaliações feitas pelo Instituto Agronômico do Paraná e a assessoria do Museu Botânico de Curitiba. Outras instituições estão sendo contactadas.

Passos do Projeto
Após um diagnóstico da Operação de Fitoterapia foi elaborado um planejamento para garantir o manejo sustentável das populações nativas de plantas medicinais e aprimorar os processoas industriais da farmácia. Isso inclui ampliar a prospecção em 82 mil hectares de florestas primárias, expandir o Laboratório de Fitoterapia e introduzir novos produtos, identificando frentes de negócios que podem ser o fornecimento de matéria-prima ou a comercialização de produtos. O desenvolvimento de produtos fitoterápicos em consonância com os melhores critérios de sustentabilidade permitiu à Klabin receber também a certificação do manejo de plantas medicinais. Trata-se do primeiro projeto mundial desse porte a receber o selo FSC- Forest Stewardship Council através do Imaflora/SmartWood, órgãos certificadores que atuam no Brasil.

Histórico
A utilização da biodiversidade local de modo racional, para melhorar a qualidade de vida da população, é o ponto de partida do programa criado em 1984 para o município de Telêmaco Borba. Uma profunda pesquisa identificou as espécies de plantas que poderiam curar as doenças de maior incidência - 49,7% dos atendimentos médicos eram por gripes e resfriados, ferimentos e lesões de pele, dispepsias, diarréia e hipertensão leve. Com esses dados, o laboratório passou a produzir os medicamentos, que hoje somam 30 diferentes produtos, como xarope de guaco, pomada de arnica e chá antidiarréico, chegando a 12 mil unidades por mês, com distribuição subsidiada pela Klabin.

O programa médico-social atende a cerca de 20 mil pessoas por ano, em uma média de 40 mil casos. Em 70% deles utiliza-se a fitoterapia, com 97% de eficácia. O custo é cerca de 30% mais barato do que a medicação alopática equivalente. No entanto, somente 30% dos 80 mil hectares de matas primárias preservadas na Fazenda Monte Alegre foram inventariados para a fitoterapia. Foram estudadas 240 espécies e dessas, selecionadas 130 como viáveis, sendo que 67 são utilizadas na farmacêutica de plantas, após análises detalhadas de qualidade e segurança. Das espécies utilizadas, nove são silvestres cultivadas e 33 plantas exóticas.

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